Eles não
pareciam – e nem eram – um casal comum. Eles se conheciam sem nem olhar nos
olhos. Como era incrível! Um sabia exatamente o que o outro precisava, sabiam
dar o carinho perfeito na hora exata. Eu, antes uma criança, sonhava em ter um
amor como o deles.
Era amor – disso
eu tinha certeza. Mas não era só amor, era amizade, companheirismo, paixão. Era
confiança. Lealdade.
Quem conhecia
aquela história achava perfeita. Como alguém poderia amar outro alguém por
tanto tempo e com tanta intensidade? Como alguém poderia ter um amor tão leal?
O que eu não contei ainda é que eles moravam longe um do outro... O que deixa a
história ainda mais incrível.
Um amor que
supera ao tempo e a distância. Seria pra sempre, não seria?
Não! Por mais cruel que seja não seria pra
sempre. Não foi pra sempre. Calma. Não
que o amor tenha acabado ou ido embora, pelo contrário, o amor continuava ali,
intacto. Mas, de repente, eles descobriram que não se conheciam tão bem.
De repente,
eram dois desconhecidos outra vez. Dois desconhecidos que se amam – sim, se
amavam. Mas dois desconhecidos. Como amar um desconhecido? Bom, disso eu não
sei, mas eles sim, eles sabiam. E mesmo que tudo tenha acabado, eles ainda se
amavam.
Dois
desconhecidos que se amavam, mas não estavam juntos. Não estariam mais juntos.
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